Passeando numa tarde de sábado com seu velho amigo, Sapabela, como sempre adora fazer, começa uma conversa das boas.
- Rospo, ontem, quando foi me visitar e me encontrou no computador...
- Sim?
- Comentou sobre a minha aparente dificuldade para falar sobre o amor e o sexo...
- Sei, o tal labirinto mental...
- Labirinto em tese.
- É mesmo?
- Talvez seja uma delicadeza intelectual...
- Delicadeza intelectual?
- É, talvez...
- Pode ser. A ideia de labirinto me surgiu por ter percebido que você estava dando muitas voltas...
- A abordagem exigia isso, não é, Rospo?
- Concordei com você sobre a questão da hipocrisia da sociedade, mas precisa ser mais objetiva para se expor, pois a palavra está sofrendo transformações...
- Compreendo, estamos entrando na era das 140 letras. O pensamento terá que ser cada vez mais ligeiro e a síntese deverá se impor dentro e fora do mundo virtual... Obrigada por me lembrar. Tentarei dar menos voltas, mesmo quando o assunto for tão delicado... Mas, labirinto? Não creio ter necessidade de nenhum labirinto para me expressar...
- Disso eu tenho certeza, Sapabela, sua consciência não precisa esconder nenhuma criatura preocupante, nenhuma espécie de Minotauro...
HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 305
Marciano Vasques
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