— Sapabela!
— Rospo!
— Já se vão três décadas que desconfio desse tal relativismo. Na realidade, nunca aceitei isso...
— Quando esse vento escapou pelos muros acadêmicos e atingiu as periferias, trazia uma novidade, não é?
— Que eu não acatei. Veja só, o relativismo nos trouxe a esse mundo, tão confuso e de questionáveis valores.
— Rospo, não acha que esse assunto é muito complexo para uma história infantil?...
— Curiosamente, até dá um livro infantil, uma boa história... Mas é verdade, Sapabela. Tudo passou a ser relativo, e veja que agora o Ministério da Educação do brejo, por exemplo... Diz que a norma culta é fator de discriminação, então o segredo, a grande mágica, é nivelar por baixo... Em vez de elevar o aluno para o domínio da Norma Culta da Língua, é melhor que cada um de nós sejamos desestimulados... Entendeu? Afinal, se tudo é relativo,vamos também relativizar o idioma...
— Relativismo é algo perigoso, não é?
— De extremo perigo... Ora veja, é fácil o relativismo desembocar no autoritarismo... Como você relativiza as verdades, que existem sim, e ao mesmo relativiza o mundo, o outro, então alguns, os que detém o poder político, que é apenas uma das ramificações do poder, esses alguns se tornam detentores da verdade, mas a verdade que se impõe, a verdade que é a deles... Parece complicado, mas é simples....
— A renúncia ao dever de ensinar, que seria uma prerrogativa do Ministério da Educação do brejo, é um dos sintomas do tempo que o relativismo fez...Foram anos de "tudo é relativo", e agora estamos nesse desastre... Eis que, até o idioma, a Língua, que é a paixão, o namoro, o amor, o tesouro de um povo, até ela, a Língua, sofrerá esse açoite... do relativizar...
— Quero conversar mais sobre isso...
— Sim, eu também, pois afinal, quando a verdade das coisas que são, a realidade do mundo, da verdade, ameaça ser substituída por uma visão de mundo totalmente pautada por critérios políticos, beiramos ao mais terrível dos governos autoritários, que é o governo das consciências relativas...
— Nossa, Rospo! Isso é tão profundo assim?
— Sapabela, a negação da verdade, pois ela existe sim... Somos feitos de verdades e cada verdade espelha o mundo, o mundo de cada um, que é feito de realidades, o mundo que é o outro, que é o mundo no qual me movimento, e aí nascem as verdades, pois é o mundo uma inesgotável fonte de verdades a tal ponto que não podem ser relativizadas. Quando a negação da existência da " verdade" é imposta, corremos sim um grave perigo.
HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 593
Marciano Vasques
Leia em CIANO
Verdade,nao podemos nivelar por baixo,onde ja se viu o errado ser certo!
ResponderExcluirDesculpe...computador com prolema
Luz
Ana
Gostei muito do seu texto. Essa histórias do Rospo e da Sapabela é muito educativas. Parabéns! Voltarei mais vezes pra ler mais um pouco. Um Abraço!
ResponderExcluirMarciano, já tentaram fazer esse tipo de ensino na década de 70. Aconteceu que tínhamos que seguir o modelo das frases sem saber o porquê. Depois tiramos notas sofríveis e tivemos que decorar rapidamente as regras de acentuação e análise sintática e, tudo, de maneira acadêmica. Eu me pergunto é sobre o motivo de repetirem um mesmo erro. Ah! Como eu lembro disso! Depois é que se vê quem foi o prejudicado (alunos). yayá.
ResponderExcluirAna,
ResponderExcluirVocê voltou?
Rospo e Sapabela já estão até planejando um baile no brejo, só os dois valsando, para comemorar esse retorno.
E a CASA AZUL DA LITERATURA inteira também fica feliz.
Um abraço,
Marciano Vasques
Gostei, gostei, Smareis, você é tudo o que diz em seu perfil, e bem criativa... Seu comentário foi supimpa.
ResponderExcluirUm abraço,
Marciano Vasques
Que legal meus queridos! Nao esqueçam de meconvidar para o baile no brejo,quero valsar com meus amigos... senti falta de suas conversas, computador com problemas...vou atualizar minhas leituras aqui
ResponderExcluirbjs e muita luz
Ana