De lua, menina em cabelos ao vento,
Correndo.
Que se entrelaça o tempo
Num rasgo de cirandas ausentes.
Na aromatização das casas
Pelos bolos de milho.
O café coado...
Pelos bolos de milho.
O café coado...
Meninos de olhares de brilho,
Abandono de trilhos, enferrujados,
Viagens para sempre adiadas.
Meninas crescendo,
Homens rasgando seus tórax de fumaça e cachaça
Em mil confissões de amor.
Pedreiros, borracheiros, vigias, zeladores.
Mulheres que partiram, vidas retorcidas,
Donas aprendendo a cerzir
No próprio olhar,
A dores da vida.
Moças desamparadas.
Pais que nem sabem do que se trata
O sorriso da filha.
Mas ela, a menina, brinca num Adoletá
Numa fogueirinha
Zelando
O tempo que escoa.
Marciano Vasques
No proprio olhar as dores da vida..Num rasgo de cirandas ausentes. Como sempre, bela e comovente tua poesia!
ResponderExcluirLuz!
Ana
É gostoso e triste quando a poesia fica entre a ficção e a fantasia. É belo pq o poeta põe beleza no que é triste; e é triste pq nem o poeta pode fingir que isso não existe.
ResponderExcluirMas mesmo triste, seu texto é lindo.