segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

BOLERO VAGABUNDO

BOLERO VAGABUNDO
(Para Chico Buarque de Holanda)

Quisera compôr um bolero vagabundo
Desses que falam das dores,
Os amores, as tristezas do mundo.


Desses que deixam minha alma
Apertada no peito,
Numa vontade desembestada
Que ninguém dá jeito.

Homens do porto
Mulheres das vilas descalças,
A poeira,  o trampo duro,
O trem, a favela.

Com certeza, seu moço, eu juro
Será o nome dela.

Desses de se ouvir
Num trago, uma dose, uma traição,
Numa confissão de bilhar.


Um bolero que trouxesse o mundo
Para a mesa do bar.


Marciano Vasques

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