ROSPO 2014 —1

O DIA DOS NAMORADOS

—Rospo! Bom dia! É domingo!

—Sábado, Sapabela!
—Então, já sabadoficando meu coração.

—Yupiiii!

—Só isso?

—Está bem. Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

—O que conta de novo? Qual a novidade?

—A governa dos sapos disse que nem na ditadura Copa e Política se misturaram.

—Assim não vale! Ofender a memória dos ditadores! Mas, qual é a novidade?

—Vai ter Copa!

—Ora, Rospo! Diziam no passado que o futebol era o ópio do povo.

—Só o futebol?
—O que disse?

—Nada. Só brincando com o novelo.

—Que novelo?

—O emaranhado dos pensamentos.

—Sei... mas, era o ópio?

—Agora é o ópio do governo?

—Não exagere, meu querido. Já sei! Brincando de novo. Mas, e então? Vai marcar gol?

—Não jogo na seleção!

—É mesmo! Nunca o vi  em anúncio publicitário. Nem de cerveja! Porém, vai ou não marcar um gol?

—Sapabela, eu já disse!...

—É o dia dos Namorados, Rospo! 12 de Junho. Por isso perguntei do gol.

—Verdade! Dia 12 de Junho. É o dia do “Ame ou Deixe-o”...

—Rospo!

—Não resisti.  Mas... tem razão. É o dia dos namorados.

—Para mim é todo dia. Todos os dias são. E adoro comemorar! Comemoro diariamente.

—Como faz isso, Sapabela?

—Muito simples. Um sorriso, um olhar, um gesto, uma delicadeza, uma alegria...

—Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Seu namorado é bem feliz.

—Por enquanto só namoro a ideia de namorar.

—Gosta de literatura?

—Gosto. É uma seiva no cotidiano...

—Poesia?
—Adoro!

—E cinema? Aprecia?

—“Pronto! Está começando...”

—Sapabela, no que está pensando?

—Na velha ideia de materializar ideias...

—É comigo mesmo!

—Adoro licor de anis.

MARCIANO VASQUES