O SAPO E A MEMÓRIA
- Sapabela, ontem visitei um lugar que não existe.
- Não existe?
- Já existiu, mas, para o meu espanto, não existe mais.
- O lugar sumiu?
- Sim, é o bairro onde passei a minha infância desde que era um girino. A vila estava repleta de eucaliptos, de verdes folhas alisadas pelo sol.
- Que infância feliz, Rospo!
- Pois é, mas o lugar se foi. Acabou. Onde havia eucaliptal, há prédios, asfalto... Tudo mudou. Nenhum vestígio do que era.
- Rospo, que engano! Esse lugar ainda existe.
- Onde?
- Em sua memória. Ele está nos verdes campos da saudade. Só tem uma forma de você passear naquelas ruas novamente: visitar a sua memória. Nela nenhum eucalipto será derrubado. Ela ninguém asfalta.
MARCIANO VASQUES
HISTÓRIA DO ROSPO 2010 - 55
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