quarta-feira, 2 de junho de 2010

O SAPO E O MOSQUITO



- Sapabela, a boca é para beijar.
- Obrigada pela lembrança.
- Falo sério. A boca foi feita para beijar, comer, falar...
- Eu sei, Rospo. E adoro tudo isso.
- O último verbo é muito importante.
- Eu uso bastante.
- Eu também. Além de falar, gosto muito de ouvir.
- Onde você quer chegar, Rospo?
- Já cheguei. Aqui no brejo tem um ditado: "Em boca fechada não entra mosquito".
- É para manter os sapos calados.
- Mas falar é bom! É terapêutico. Falar faz bem para a democracia. E só entra mosquito se você falar coisas pantanosas, esgoto, entulho...
- Nossa, Rospo!
- É verdade. Se você fala coisas saudáveis, transparentes, positivas, produtivas, alegres, arejadas, o mosquito não entra, pois não terá ambiente para ele.
- Entendi. O importante é falar coisas boas.
- Lógico. Jamais ficar calado, amordaçado. E não se esqueça: com a sua fala você mesma pode expulsar o mosquito.
- Isso mesmo, vou fazer da minha boca um inseticida.
- Sapa, hoje você está muito espirituosa.

MARCIANO VASQUES
HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 74


Um comentário:

Pesquisar neste blog