terça-feira, 29 de junho de 2010

O SAPO QUE NÃO TEM NADA



Rospo conversa com um velho conhecido.
- Não tenho nada, Rospo, nunca tive nada.
- Nada?
- Nada, Rospo, nada.
- Por acaso, reparou nas estrelas ontem à noite?
- E por acaso eu tenho tempo de ficar vendo estrelas? Tive mais o que fazer ontem. Sou um sapo muito ocupado.
- Veja que gramado! Verdejante que só ele. E olhe aquele jardim! Veja aquela flor amarela!
- E eu sou sapo de ficar olhando para jardins?
- Que bonito aquelas crianças brincando ao redor de uma árvore...
- Rospo, não me fale em crianças... Não suporto a algazarra que elas fazem...
- É, meu amigo, de fato você tem razão. Você não tem nada, nada mesmo.

MARCIANO VASQUES
HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 100


Um comentário:

Pesquisar neste blog