sábado, 24 de julho de 2010

A FLOR LILÁS E OS NAMORADOS



- Rospo, feche os olhos...
- Uma flor, Sapabela? Você me ofereceu uma flor?
- Com todo o meu afeto.
- Seu coração me pegou de surpresa.
- É que ele fica assim, meio tímido, escondido, como se estivesse guardado numa caixa de bombons...
- Eu nunca ganhei uma flor, ainda mais lilás. Posso saber o motivo de tanta gentileza?
- Entrei no clima...
- Clima?
- Do dia dos Namorados...
- É verdade! O Dia dos Namorados está justamente no mês do frio...
- Para que todos se lembrem que é preciso aquecer o coração...
- Ainda não entendi, Sapabela. Eu não sou seu namorado. Por que a flor?
- Não tenho namorado atualmente, e lembrei que nós somos enamorados pelas mesmas coisas, quero dizer que há muitas coisas pelas quais somos apaixonados, como a Poesia, a Literatura Infantil... De certa forma, somos namorados da vida...
- Tem razão, e uma flor lilás assim ofertada deixa qualquer um feliz...
- Fico feliz por você ter gostado, e gostaria que todos os namorados encontrassem a felicidade nos gestos simples..., na simplicidade da flor lilás...
- Sapabela, você me mostrou que um coração guardado numa caixa de bombons é capaz de se emocionar, é capaz de coisas incríveis... Graças a você, aprendi que cada um pode viver um sonho...
- Um sonho de valsa, meu amigo...
- Sapabela, essa flor lilás jamais murchará.
- Claro, certas flores jamais murcham...
- Pensava que tudo isso fosse brega...
- Gostar de alguém é brega? Ofertar uma flor lilás é brega? Quem pensa assim precisa evoluir muito, meu amigo...
 - Sapa, aproveitando o momento preciso falar algo...
- Diga, Rospo, pode falar...
- Nada...Nada...Que flor bonita, não é?

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 -156

Marciano Vasques
Arte de Daniela Vasques

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar neste blog