quinta-feira, 8 de julho de 2010

SAPABELA E O MEDO



-- Rospo, estou com  um pouco de medo...
- Não diga isso, Sapabela!
- Agora já disse.
- Sapa, se não pode evitar o medo, é melhor protegê-lo.
- Proteger?
- Sim. Ele não pode ser exposto. Ele é somente seu, não o demonstre. Medo exposto é perigoso.
- Estou começando a entender. Continue.
- As adversidades, as causas, aquilo que causa o medo, ou seja, a razão do medo, não deve conhecê-lo. Esconda o seu medo.
- Quando eu era uma sapinha escondia os meus medos dentro de uma gaveta.
- Depois cresceu e ficou descuidada. É bom saber, Sapabela, que o medo é a maior munição para a sua "adversidade", é o maior reforço para a vitória dela.
- Rospo, não havia pensado nisso. Tratarei o medo com mais atenção, mais cuidado.
- Sapabela, que tal procurar aquelas gavetas de sua infância?
- Farei isso, meu amigo, farei isso.
- Entretanto, Sapabela, não sou uma adversidade. Poderia me revelar o motivo do seu temor?
- Tem um candidato aqui no brejo que assinou um programa de governo sem ler. Tenho medo. Já pensou se ele é eleito? Poderá assinar qualquer coisa...
- Eis aí um medo plenamente revestido de lógica, minha cara.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 118
Marciano Vasques

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