segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O SAPO E A FLORICULTURA

Sapabela está saindo de uma floricultura quando um sapo na calçada começa a fazer um escarcéu. Seu nome: Rospo. Ela não o conhece, mas para estupefata para observar o estranho, que faz um alarido tão enorme, que todos se aproximam. Na pequena multidão que se forma, um sapo pergunta:
- O que aconteceu, Sapo? O que houve?
- Você não está vendo? Não! Não pode ser! É uma visão! Os donos da floricultura a deixaram escapar! Ela anda! Ela se locomove! Estão vendo?
- Calma, Sapo, calma...É apenas uma...
- Quem é esse sujeito?

Sem compreender nada,  Sapabela olha curiosa e assustada para as manifestações do Sapo e ao mesmo tempo se diverte.
E no grupo que cada vez aumenta, surgem os mais variados comentários.
- É maluco!
- Deve ser a poluição...
- É bloguice aguda, já ouvi falar, pega em qualquer um...
- Venham ver!  Um Sapo viu algo que ninguém vê...
E Sapabela, tímida, com uma voz bem miúda, diz:
- Sou...Sou eu...
E Rospo continua andando para todos os lados, circulando, com os braços abertos, cada vez mais eufórico, instalando o alvoroço na rotina da cidade.
- Viram? Ela fala! Além de tudo, ainda fala! E tenho certeza que pensa, e deve ser muito inteligente. Além de ser bonita, claro...Todos concordam, não é?
- Sim!
- Sim!
- Sim!
- É bonita pra dedéu.
- Sapabela, atônita, não sabe o que faz, quer cair na gargalhada, quer desandar a rir sem parar, mas fica encabulada com tantos "Sim!"...
- Vejam, é incrível! Será que ela beija?  Jamais pensei em ver uma coisa dessas! Deixaram escapar da floricultura uma flor diferente, algo fantástico!, uma flor que anda, que fala...
Sapabela não resiste, não consegue segurar o riso. Pernas bambas diante da multidão e das estrepolias do sapo, e pensa:
- " Sinto que seremos amigos..."

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 246

Marciano Vasques

Um comentário:

Pesquisar neste blog