segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O VIRTUAL, O PAPEL E AS PALAVRAS

- Rospo, é verdade que a informática libertou as palavras do papel?
- Poderia expor mais a pergunta, Sapabela?
- Verdade que o espaço virtual retirou a fixidez da letra do papel? A letra, as palavras saíram da imobilidade e agora estão livres, não precisarão continuar condenadas à prisão do papel...
- Espere um pouco, Sapabela. Realmente o mundo virtual é fascinante. A blogosfera  é um encanto. Ela está modificando o mundo dos autores, leitores e editores. Isso é inevitável, mas sobre o espaço virtual ter libertado as palavras do papel, isso não corresponde bem à realidade...
- Não?
- Primeiro, por que eu não considero que as palavras estiveram prisioneiras do papel durante séculos e séculos. Ao contrário, elas estiveram mais livres do que sempre jamais foram, o que aconteceu é que elas foram preservadas e puderam sobreviver felizes no papel...
- Então, considera que o livro de papel deverá continuar? 
- Sim, papel, plástico, pano, ou outro material...Talvez o papel sem a extração de recursos naturais, um novo papel, não sei bem... Mas não podemos afirmar que o espaço virtual retirou a letra e as palavras da rigidez do papel, da imobilidade. Isso é uma ilusão, uma certa falácia inocente...De pouco apuro, de uma certa imobilidade intelectual...Um equívoco do pensamento...
- Nossa, Rospo!
- Pois é. As letras e as palavras jamais ficaram prisioneiras ou imóveis no papel...
- Não? 
- Não! Pensar assim é um engano seu, Sapabela...
- Sou especialista em enganos...
- Ocorre que as palavras sempre ganharam vida na imaginação de cada leitor, elas sempre saíram do papel e invadiram a mente e a imaginação de todos. Veja um livro infantil. A criança leva consigo as palavras e elas são transformadas em sonhos, em viagens, em brincadeiras...
- Rospo!
- Sim?
- Me empresta um livro?
- Você me paga um sorvete?
- Até um cinema.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 227

Marciano Vasques

4 comentários:

  1. Nada que mexa com nosso imaginário fica preso. Muito pelo contrário acredito a cada palavra escrita, recitada, digitada é como um canto de liberdade para a nossa alma, para o nosso intelecto e para os nossos ouvidos.

    Obrigada pela visita! Um abração!

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  2. Veja a (modesta) promoção e divulgação do blog Casa Azul da Literatura no blog Observatório Comunitário...

    Sou muito grato pela atenção...estamos juntos!

    Huayrãn Ribeiro

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  3. "Um canto de liberdade"...Muito bonito.
    Com certeza, o Rospo gostou disso.
    Um abraço,
    Marciano Vasques

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  4. Olá, Marciano!

    Mas que encanto este seu blog... e que encanto esse seu talento!

    Foi uma surpresa deliciosa te encontrar no meu cantinho. Mais ainda perceber o quão especial é você e seu trabalho.

    Já estou lhe seguindo, e também adicionei seu blog ao meu. Não sei como me encontrou, mas saiba que seu blog me caiu como uma luva. Amei tudo que vi e li.

    Abraço, e sucesso em todos os blogs, livros e todas as suas admiráveis iniciativas.

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