sábado, 11 de setembro de 2010

SAPA BRINCANDO COM ESTEREÓTIPOS

Sapabela e Rospo encontram um velho amigo. Como a Sapa está com o humor saltando à pele, começa a conversa:
- Sei que o casamento é contrário à natureza, mas você exagera, meu amigo.
- Do que ela está falando, Rospo?
- Quase sempre os sapos têm que adivinhar...
- Que brincadeira mais boba, Rospo! Estou sendo bem clara. Ele está gordo...
- Você se enganou, Sapabela - diz o amigo.
- Oba! Viva! Mais um engano!
- Ela é assim desde pequena?
Todos riem.

- Acontece que eu não sou casado.
- Então é uma opção de vida?
- Tem alguma coisa contra gordo, Sapabela?
- Não! Claro que não! Apenas estou investigando...
- Investigando?
- Ele era magrinho, Rospo.
- Sim?
-  Será que perde muito tempo no sofá? Será que é falta de movimento? Será que ele come em excesso? Será que é um problema glandular? Genético?
- Mas, qual é o motivo da investigação? Você acha gordo feio?
- Não! De maneira nenhuma. Quem falou que gordo é feio? Todos os sapos fofos que conheço  são elegantes e charmosos. Ocorre que às vezes o excesso de peso pode ser perigoso. Se ele era magrinho...Veja: não tem nenhum problema um Sapo ser gordo, se ele for saudável...
- Magro também pode ser doente...Mas quem tem que falar sobre isso é ele...
- Sapa, você tem razão. Fico muito tempo no sofá, em frente à TV...Horas e horas parado, deitado...Cada filme! Quase não caminho....
- Não falei, Rospo? Vive uma vida de casado mesmo sendo solteiro...
- Isso não é um estereótipo, Sapabela?
- Estereótipos não são inocentes, Rospo. Eles têm origens que não podem ser desconhecidas nem desprezadas...E para combatê-los, seria prudente sempre mergulhar na história deles...Sempre buscar as origens...
- Nossa! Precisarei de um exercício mental para decifrar isso que ela falou...
- Sapabela sempre vai fundo...

Depois que se despedem do amigo, Sapabela retoma:
- E você, Rospo?
- O que tem eu?
- Pelo que estou reparando, é pouco movimento. Anda comendo em excesso?
- Ora, Sapabela...Hoje tirou o dia para se divertir...Por que não explica aquela história sobre o casamento?
- Numa tarde azul, num sorvete, quem sabe...

HISTÓRIA DO ROSPO 2010 - 224

Marciano Vasques

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar neste blog