sábado, 9 de outubro de 2010

A BANCA DE JORNAIS

A Sapinha bela, a Sapabela, passeia pelas calçadas do Sol quando avista na contemplação da banca de jornais e revistas o velho conhecido chamado Rospo.
- Rospo!
- Sapabela! Agora a cidade ficou mais importante...
- Sempre tão gentil comigo, não é?
- Temos um tesouro só nosso: a nossa amizade. E você sabe, temos que tratar os amigos com esmero e zelo...
- Você gosta de ficar apreciando os jornais... e as revistas, não é? Está sempre diante de uma banca...
- Tem coisas que sempre estarão em nós, em cada coração....de nossa geração...São coisas que atravessam o tempo...
- O circo, a feira livre...
- E a banca de jornais...
- Será que a geração futura ficará contemplando a tela de um computador?
- Que nada! Basta cada pai passear com seu sapinho e mostrar uma banca de jornais, apontar para os gibis, as revistas....E o sapinho estará pego para sempre... Ninguém esquece uma banca de jornais...
- Rospo, no fundo você é um romântico...Será que o mundo pode se transformar, mas você não muda?
- Não é bem assim. Nós mudamos diariamente, o nosso olhar vai sendo lapidado, aperfeiçoado, vendo as coisas com mais clareza e mais delicadeza...Um banca de jornal, com o passar do tempo, fica mais bonita,  um local de maior aconchego. Continuo sim apreciando as coisas boas que merecem ser conservadas, mas elas adquirem a cada dia um novo tom, um novo colorido, uma nova luz...
- Rospo, veja que coisa interessante. Sempre que eu passar por uma banca de jornal lembrarei de você...
- Antoine de Saint - Exupéry tinha razão...


HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 277
Marciano Vasques

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