quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A SAPINHA E AS PROMESSAS


- Tia, Sapabela, conta uma história pequena?
- Por que  pequena?
- Porque depois eu aumento ela.
- Entendi, Sapabelinha, você amplia a historinha com a sua imaginação.
- Isso, tia, isso! Conta, vai, conta!
- Está bem, vou pôr na personagem, que é uma sapinha igual a você, o nome de Fiama.
- A fadinha?
- Isso, gostou do nome?
- Sim, e a sapinha também é como eu?
- De que forma, Sapabelinha?
- Esperta.
- Isso com certeza é. Todas as sapinhas são espertas...
- Tem adultos que atrapalham o desenvolvimento de uma sapinha...
- Às vezes isso acontece, mas tem sapinha que teve muita sorte e cresceu amparada por adultos generosos...
- Tia! Não enrola! Começa logo a história!
- Toda sapinha é também impaciente. Mas foi você que começou a falar. É bom lembrar que sapinhas geralmente são tagarelas. Bem, a história curta é assim:

" - Se você prometer algo para uma criança, cumpra. Seja um pirulito, um passeio, um gibi... Não importa o tamanho da promessa, mas cumpra! – dizia imperativamente a menina Fiama ao surpreso pai.
- Muito bem, queridinha, mas, que papo é esse? Eu teria esquecido algo?
- Não pai, é que tem Sapo que promete coisas para sapinhos e não cumpre.
- Às vezes não é possível. 
- Então não promete!
- Fiama, não estou entendendo porque você tocou nesse assunto, eu não prometi nem sequer uma bala...
- É que criança cresce, pai, e não pode se acostumar na infância com promessas não cumpridas.
- Eu sei, isso não é bom, mas, e daí?
- E daí que, quando adulta, pode um dia querer se candidatar a um cargo político e...
- Sei, sei, entendi...
- E então, Sapabelinha, gostou?
- Razoável, tia, razoável, mas já estou inventando a continuação...
- Posso saber a primeira ideia?
- Esse pai mentia muito de tanto que prometia e essa sapinha cresce e um dia se torna candidata à presidência do brejo...
- Sei, sei...
 

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HISTÓRIAS DO ROSPO 2010  - 317
Marciano Vasques

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