terça-feira, 9 de novembro de 2010

A IRMÃ DA COLIBRÃ

Sapabela, laço de fita azul combinando com o vestido,  encontra a amiga Colibrã numa tarde plangente.
- Sapabela, minha irmã morreu. Estou abalada. Não há balada que me possa consolar.
-  Fique calma, minha amiga.
- Calma? Minha irmã partiu e quer que eu me acalme?  Morreu! Entendeu?
- Tem certeza?
- Está zombando de mim Sapabela?
- Jamais faria isso. Por favor, responda-me algumas perguntas.
- Sim?
- Costumavam vocês conversarem?
- Claro. Foram longas e interessantes conversas. E lembro-me dela caminhando na calçada, regando as flores, rabiscando um poema, levando um sapinho para a escola, indo comigo ao cinema, ao mercado, sorrindo, chorando, cantando... Fazendo um bolo, abrindo um livro, costurando...
- Viu quanta coisa boa para lembrar?
- Sim, minha irmã era especial.
- E alguém assim por acaso morre?

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 329

Marciano Vasques

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