terça-feira, 16 de novembro de 2010

O AMOR ROMÂNTICO

- Rospo, que acha do amor romântico burguês?
- Não uso a palavra "acho". Considero que nem tudo o que nasceu no seio da burguesia deve ser desprezado...
- No seio?
- É, no bojo.
- O amor do componês é diferente?
- Hoje, o amor do camponês é o romântico burguês... com a diferença de que ao camponês cabe mais sonhar...
- Todas as músicas, os filmes e os livros. Tudo aquilo que o amor romântico produziu, é válido?
- Claro que sim.
- O que mais caracteriza o amor romântico burguês?
- A idealização da sapa pelo sapo.
- Mas a sapa também idealiza o sapo...
Tudo acaba no casamento?
- O casamento é apenas simbólico. O amor ultrapassa as convenções.
- Um casal pode ser eternamente namorante?
- Sim, o amor romântico burguês pode até se tornar amor romântico universal, mas...
- Chegou o "mas". Esse é o mais profundo momento em qualquer conversa...
- Pois é: manter a chama acesa é uma arte. O casal tem que enfrentar o tempo, aceitar o desafio do cotidiano...
- É difícil, não é?
- É só remar o barco com prudência, com tolerância, com persistência, e não se deixar abater nem levar pelas ondas...
- Barco? Seria melhor um transatlântico! As ondas são fortes.
- Transatlânticos também afundam. A resistência do barco está no querer.


HISTÓRIA DO ROSPO 2010 - 337

Marciano Vasques
Leia também em CIANO

http://www.cianomar.blogspot.com/

Um comentário:

Pesquisar neste blog