terça-feira, 23 de novembro de 2010

O SAPO E A IMAGINAÇÃO

- Rospo, a imaginação é sempre um bem?
- Nem sempre, Sapabela.
- Estou estranhando, Rospo. Sempre pensei que a imaginação fosse um bem em qualquer circunstância...
- Para o sapinho, sim, mas, para o Sapo às vezes a imaginação pode ser prejudicial. Nem sempre ela é benéfica...
- Poderia dar um exemplo?
- Só um?
- Alguns.
- É pra já.
- Estou imaginando o que virá.
- Pois bem: quando o sapo adulto imagina que a culpa pelos seus fracassos é sempre do outro, quando ele imagina que todos o perseguem, quando se torna supersticioso, quando imagina que sua vitória sempre depende apenas de forças externas ou superiores a ele...
- Entendi, quando o sapo se torna supersticioso ele está se valendo da imaginação para se apoiar em muletas do intelecto...
- Ele não está se valendo, ele está sendo dominado pela imaginação, ela está direcionando a sua vida...  Não se trata mais das criaturas fantásticas da infãncia e até do leitor adulto, mas sim de criaturas atemorizantes que sugam a energia do Sapo e o deixam imobilizado e prisioneiro de temores e forças imaginárias...
- Sei, ele não está recorrendo à força e à riqueza da imaginação, como fazem os escritores, mas está se tornando dependente, está anulando a sua própria fortaleza, que é a sua maior riqueza.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 350
Marciano Vasques

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Um comentário:

  1. oi amigo, tem um selinho, não ficou lindo, mas é de coração. bjus tere.

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