sábado, 4 de dezembro de 2010

UM POUCO DA SAPABELA.

— Minhas roupas não combinam, só canto do meu jeito, sem técnica vocal, rolo na grama feito uma sapinha, sou atrapalhada quase sempre, esqueço as coisas, mas jamais esqueço o essencial, adoro dirigir, amo a velocidade, mas não desprezo a lentidão. Veja como crescem as azaléias!
— Que belo depoimento, Sapabela!
—  Quer que eu continue?
— Claro! Hoje é sábado...
— Não tenho namorado nem namorante, mas continuo romântica para sempre... Sou tímida e espalhafatosa, e é dessa mistura que surge a verdadeira Sapabela...O toque é essencial em minha vida. Não acredito em Sapos que não se toquem...Sapos que conversam mantendo distância...Não mato bichinhos. Joaninha? Não se mata de jeito nenhum, não é? Barata? Sempre aviso para que ela saia de minha casa, pra ela ser esperta e se mandar... Sempre dou uma chance... Adoro sussurros, mas também adoro falar alto... Gargalhadas? É comigo mesmo! Se tiver samba, vou. Só pelo prazer de ouvir...
—  Sapabela, mas por qual motivo está me falando isso tudo?
— Hoje é sábado, Rospo! Dia de abrir as cortinas... Experimente.
— Farei isso. A minha alma já está sambando.
— Posso lançar a minha gargalhada no ar?
—  Demorou.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 -359
Marciano Vasques
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