quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A SAIA DA SAPABELA

— Sapabela, veio de saia para o nosso sorvete!
— Só uso vestidos, Rospo. Não havia reparado?
— Sapabela, só olho para a sua mente, o seu coração...
— Sei.
— Mas veio de Saia...
— Rospo? Que encantamento é esse? Nunca viu saia? Será que despertou o Sapo erotikós?
— É que adoro a palavra saia. Ela é Antônimo da palavra "cortina"...
— Não sei do que está falando, meu amigo. Saia é antônimo de cortina? Nunca soube que uma coisa fosse contrária da outra... O que tem a ver "saia" com "cortina"?
— Cortina vem de corte, de cortar. O que é a cortina? É ela quem corta a visão, é ela quem esconde. Por causa dela não se pode ver o que acontece num quarto, pois sempre tem uma cortina na janela...
— Sim, Rospo, é para isso que também serve a cortina. Para afastar os bisbilhoteiros, os curiosos... Mas, o que tem isso a ver com "Saia"?...
— Se a cortina oculta, a saia é o contrário, pois a palavra, que tem algo a ver com o verbo sair, está justamente ordenando isso: Que saia a beleza que todos querem ver. Que saia aquilo que se esconde...
— Rospo, sua filologia é muito interessante...
— Etimologia, Sapabela, etimologia...
— Rospo, afinal, gostou da minha saia?
— Sim, adorei. Um verde claro bonito... Adoro esse verde...
— Rospo! Verde sou eu! A saia é rosa! Que mania de Clark Kent!
— Até que seria bom se os sapos tivessem visão de raio-X...
— Vamos ao sorvete, por favor?
— Quero o meu de abacate...
— Já sei, é verde.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 404
Marciano Vasques
Leia em CIANO

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