quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A NORMA DO SAPO É A POÉTICA

— Qualquer conversa nossa sempre vale a pena.
— Rospo, em sua "filologia" você usa a norma culta?
— Sim, Sapabela. Existe a norma culta...
— Eu sei, Rospo! Mas, você usa?
— Também existe a norma poética...
— Já sei qual você usa.
— Sim, é importante a norma culta, mas a poética traz um novo significado para as palavras, um novo dizer para os sonhares... A poesia e a Literatura necessitam da norma poética... Mas, por qual motivo me pergunta tal coisa?
— Quando você diz que sempre "vale à pena", lembro que na norma culta "valer à pena" significa dizer que "vale o sacrifício, a sentença, a pena, ou seja, é como um condenado pela justiça, que deve cumprir uma pena, então algo pode ser tão grandioso que valerá à pena", mas você, de fato, apresenta outra versão para a origem da expressão, não é?
— Sim, eu apresento a versão da norma poética. "Vale a pena" significa "valer a pena", a pena é a caneta antiga, quando os escribas escreviam usando pena de ganso. Então, algo valer a pena significa dizer que vale ser escrito, vale estar registrado, vale a pena, a caneta, vale estar num livro...
— Sabe, Rospo, a partir de hoje, além da norma culta, vou sempre pensar na norma poética.
— Faça isso, Sapabela. Sempre vale à pena.
— É?
— Sim, e também sempre vale a pena.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 419
Marciano Vasques
Leia também em CIANO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar neste blog