quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O CORVO E A RAPOSA

O CORVO E A RAPOSA

Num galho alto de uma frondosa árvore estava um corvo com uma apetitosa jabuticaba no bico quando chegou uma raposa, que ao ver o agradável petisco, imediatamente começou a pensar num plano para se apoderar da iguaria.
— "Vou encontrar um jeito de tomar essa jabuticaba desse corvo idiota".
A ardilosa raposa teve uma ideia: começou a elogiar a ave.
— Corvo, fiquei sabendo que você é o maior cantor da floresta.
O corvo ouviu com atenção, mas nem levou a sério.
— Contaram-me que a sua voz é excelente. Que quando canta emociona todos os pássaros. Que na redondeza não tem outro para cantar assim...
O corvo já não cabia em si de tanto contentamento. E a raposa continuava:
— Disseram-me que a sua voz é encantadora. Por todos os lugares em que passei, ouvi comentários sobre tão formosa voz.
E os elogios prosseguiram. O corvo estava inchando de tanta vaidade. Jamais havia pensado que de fato cantasse tão bem.
Finalmente a raposa deu o golpe fatal.
— Gostaria tanto de apreciar esse talento natural. Se pudesse me cantar só um tiquinho, só um pequeno trecho de qualquer canção... Certamente eu seria a mais feliz raposa da floresta.
O corvo não resistiu. Diante de tantos elogios e de um pedido aparentemente tão sincero decidiu cantar. Abriu o bico e a jabuticaba caiu diretamente na boca da raposa, que se mandou feliz da vida.


Recontada por Marciano Vasques

Um comentário:

  1. Que história encantada, vou contar par minha sobrinha, tenho verdadeira facinação por esse pássaro,veja só, ainda ontem estava lendo um poema de Edgar Allan Poe,"O Corvo" e a sincronicidade, não é?
    Luz dos Anjos
    Ana

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