terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O TESOURO

Na brandura de um ocaso, dois amigos calçada afora dedilham assuntos...
— Rospo, brincou muito de caça ao tesouro quando era um "Rospinho"?
— Algumas vezes, Sapabela. E até cheguei a acreditar no pote de ouro na ponta do arco-íris...
— E encontrou, pelo menos uma vez?
— Encontrou o quê?
— Um tesouro.
— Encontrei.
— Conte-me.
— O mais rico, o mais precioso, o maior deles.
— Que tesouro será esse, Rospo?
— Nenhuma fortuna se iguala a ele...
— Que tesouro é esse, Rospo?
— Pude visitar reinos, viver as emoções de grandes amores, estar no centro de colossais batalhas...
— Que tesouro é esse, Rospo?
— E ele ainda está comigo... Desde a infância eu o carreguei comigo, e ele transformou a minha infância num turbilhão de aventuras, em efusivas explosões de sentimentos, em viagens extraordinárias...
— Já sei, Rospo, já sei...
— Já sabe o quê?
— Esse tesouro, do qual fala com tanto ardor, é a leitura...
— Acertou, Sapabela.
— Claro! Eu li nos seus gestos, nas suas expressões, no seu entusiasmo, na sua súbita felicidade...


 HISTÓRIAS DO ROSPO 2011  —  448

Marciano Vasques
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