quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A SEMIÓTICA DO SAPO

— Nada é mais amplo do que a Linguística no estudo de uma Língua...
— Engano seu, Sapabela!
— Viva! Me enganei! Viva! Um novo engano! Yupiiiiiiiiiiiiiiiiii !
— Pare com isso, Sapabela! Pare com esse escândalo! Eu nunca fiz isso...
— É?
— Bem, posso saber o motivo de tanta euforia?
— Adoro me enganar, Rospo. Cada novo engano é uma comemoração...
— Incrível.
— Então tem algo mais abrangente do que a Linguística?
— A Semiótica.
— Tem razão, ela ultrapassa os signos da palavra escrita... E você aprecia a Semiótica?
— Sim, e a que me interessa é a Semiótica do corpo...
— É mesmo?
— Sim, os gestos, um sorriso, uma expressão facial, um movimento com as mãos, uma curva do corpo, um andar, um silêncio...
— Impressionante... Então o corpo fala, não é?
— E tem um mosaico de signos... Sua Semiótica é uma viagem...
— Sim?
— Veja só: quando você aparece com esse vestidinho amarelo e essa blusinha lilás... E esse maroto sorriso na boca, esse brilho no olhar...
— Rospo, você está vendo tudo isso?
— Sim, e esse brush róseo... levemente retocado...
— Chega, Rospo, chega!
— Ora, Sapabela, só esse vestidinho amarelo já merece uma Semiótica...
— Acertou no amarelo. Ele é lindo, mas "vestidinho"? Ora, meu querido, esse vestido está até um pouco abaixo do joelho...
— É mesmo!... Não entendo. Pleno verão...
— Mas, enfim, qual é a sua leitura semiótica, Rospo?
— Tudo isso que eu falei, incluindo o Pó de Arroz...
— Sim?
— Tudo isso traduz o que você está pensando...
— Rospo! Seu olhar está exageradamente masculino hoje. Apenas quis realçar o que realmente sou: bonita.
— Pode ser que esteja até errado, mas, a minha Semiótica não costuma falhar...
— Rospo, vamos a um sorvete?
— Vamos! Isso não pode esperar!


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 - 421
Marciano Vasques
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