sexta-feira, 11 de março de 2011

MOLDURAS E OUTROS DETALHES

— Rospo, que lindo vasilhame! Não havia reparado ainda...
—Quase não vem aqui...
— Ganhou de presente esse vinho?
— Comprei.
— Gostou?
— Não é bom.
— Mas o litro é tão bonito!
— Pois é.
— Que moldura linda!
— Olhe também para o quatro...Veja que é uma pintura interessante...
— Linda, repleta de cores. Comovente... É uma bela obra de arte!
— E seria, mesmo sem a moldura...
— Sabe, Rospo, ontem visitei a minha amiga Colibrã...
— Tenho saudades dela.
— Posso contar um detalhe da minha visita? Adoro contar sobre as novidades das casas que visito...
— Claro que pode, Sapabela.
— Precisa ver, Rospo! Que lindo! Ela reformou o banheiro e comprou um vaso sanitário de luxo, uma cor esverdada, com gravações douradas...
— Lindo mesmo.
— Precisa ver, Rospo!
— Preciso?
— Você iria adorar....
— Sapabela, estou curioso: esse vaso esplendoroso modifica a natureza do excremento?
— Entendi: vasilhames, embalagens, molduras, vasos sanitários...
— Vamos tomar um sorvete?
— Vamos, e trouxe um disco... Veja que capa!...
— Fale das músicas...
— Tem razão, Rospo, tem razão...
— Às vezes tenho.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 473
Marciano Vasques
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