— Quantas vezes você ouve uma canção antes de postá-la em seu blog?
— Falou comigo, Rospo?
— Não, Sapabela, não me interrompa, por favor!
— "Ficou maluco de vez."
— É verdade que costuma chorar ao ouvir certas canções?
— Eu, Rospo?
— Não, Sapabela. Por favor. Deixe-me continuar...
— Claro, por favor! Nem sou besta de interromper.
— Por que você quase não posta mais pinturas e artistas no blog de Arte? Você acredita mesmo que um blog assim possa contribuir para deixar as pessoas mais felizes?
— Sabe, Rospo, eu poderia ficar calada ouvindo você falando sozinho, mas sou Sapabela. Então, diga-me. Que maluquice é essa?
— Ora, Sapabela. Estou treinando para entrevistar alguém...
— Entendi, e esse alguém vai querer ser entrevistado por um Sapo assim tão boêmio, tão desligado?
— Boêmios todos deveríamos ser, mas, desligado? Não seja injusta...
— Tem razão, Rospo, é que para o padrão de nossa sociedade aqui do brejo, um amante das artes, da poesia, alguém totalmente envolvido com a cultura, é tido e interpretado como um desligado... E às vezes, até uma Sapabela bobeia e cai nas armadilhas do cotidiano. Mas tem uma coisa:
— Diga.
— Estou louca de curiosidade de ler essa entrevista.
HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 481
Marciano Vasques
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