terça-feira, 22 de março de 2011

SAPABELA ANDA MUITO BRINCALHONA

— Rospo, tomei conhecimento de que você é um estudioso dos símbolos antigos...
— Sou um curioso. Na verdade, além dos símbolos, tenho mais é interesse nas palavras, considero incrível saber que determinada palavra pode ter seu significado transformado através dos tempos... Então, uma palavra que era benéfica, luminosa numa época, pode atemorizar em outra...
— Como "Lúcifer" que significa originalmente "Estrela da alva"...
— Exato, e fico pensando: como é possível, que, por exemplo, o tridente...
— Sei, o tridente é de Poseidon...
— Também de Shiva... Aliás, era com o tridente que ele destruía a ignorância dos sapos...
— Entendo... E todos usavam o tridente como um símbolo de proteção...
— Foi no passado um símbolo da sabedoria, entre os indianos...
 Isso tudo para mim é maravilhoso, Sapabela...
— Acaba de chegar um morador novo no brejo.
— Quem?
— O Belo Zebu.
— É um touro?
— Nem bovino é.
— É um sapo?
— Sim, e vive tentando os outros sapos... Sabe o que ele andou propondo?
Que cada um trocasse o seu amigo adicionado por $. Ele pagava na hora...
Um milionário excêntrico. Entende?
— Que maluquice! É um bom dinheiro. Mas ninguém iria trocar o seu amigo virtual por $...
— Precisa ver a fila que se formou na tenda dele...
— Está brincando, Sapabela! Isso não aconteceu. Deve ter sido um sonho seu...
— Sim, é brincadeira, não tem nenhum Belo Zebu aqui no brejo...
— Ainda bem, pois senão ele iria fazer companhia para o Minotauro. Mas, você anda bem picante, Sapabela... Como pode inventar uma brincadeira dessa? Por acaso, passa pela sua cabecinha que alguém em sã consciência trocaria o seu amigo por moedas? Crê que em sã consciência alguém trocaria amizades virtuais por $?
— Em sã consciência não. Mas, quem falou em sã consciência?


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 492
Marciano Vasques
Leia CIANO


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