— Sapabela, alô!
— Alô, Rospo. Que alegria!
— Liguei para dizer que já é noite.
— Já é noite de Outono, eu sei. E você, como vai?
— Vou bem, hoje comecei a ler um novo livro, e agora estou pensando em ir ao cinema.
— A Garota da Capa Vermelha?
— Não sei, não havia pensado. Mas a Julie Christie faz a avó da menina...
— Rospo! Vamos?
— Pronto. Já estou pronto. Onde nos encontraremos?
— Na primeira calçada, na banca de revistas...
— Bom local. Estarei lá, num instante.
— Então vá olhando as revistas, pois preciso me aprontar.
— Tomarei um sorvete.
— Sozinho?
— É brincadeira.
— Vou pôr um vestidinho vermelho...Pra combinar.
— Por favor, sem capa e sem chapeuzinho. Só o vestidinho. Bem discreto. Nunca se sabe, não é?
— Está bem, Rospo, até logo mais.
— Cheguei!
— Sapabela! Você está linda! Está pensando em entrar no filme?
— Rospo, não me faça rir, ou melhor, faça. Vamos?
— Vamos, que a noite está mais outono do que antes... Olhe, sinta, aspire...
— Rospo, esse momento, essa noite, tudo isso está passando, e eu às vezes tenho receio, um calafrio...
— Eu sei, Sapabela. Esqueça da imensidão, esqueça até do universo... Vamos ao cinema, apenas. Vamos, que a Garota da Capa Vermelha não pode esperar...
— Está bem, Rospo, a noite quer ser distraída, quer leveza, quer cinema. Vamos.
HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 543
Marciano Vasques
Leia CIANO
A garota da capa Vermelha gira...um calafrio
ResponderExcluirVê, sente, aspira seus sonhos no universo...Na leveza distraída da noite de Outono.
luz
Ana
(Fiquei a imaginar o a poesia ou o conto que será capaz de fazer com este lindo Titulo)
Buenos días:
ResponderExcluirSapabella es bella, con capa vermelha, o sin capa.
Linda fotografía.
Un abrazo, Montserrat.