segunda-feira, 4 de abril de 2011

O PRIMEIRO POEMA DA SAPA

— Rospo, minha amiga Colibrã está triste...
— O que aconteceu com ela?
— Ela escreveu um poema.
— E isso é motivo para tristeza?
— Ela publicou o poema...
— Numa revista, num livro, num jornal?
— Não, Rospo, num blog.
— Que coisa boa.
— Ela divulgou numa lista de amigos escritores e poetas...
— Que maravilha!
— Aí que surgiu a tristeza...
— Não entendi.
— Ela esperava que todas as amigas e os amigos comentassem e até elogiassem o seu poema...
— Já sei, só a metade elogiou...
— Só uma amiga...
— Ora, Sapabela, é muito difícil para a maioria se despir de um fardo tão pesado...
— Nem sei o que você está falando...
— Nunca foi fácil, minha amiga...
— Fale logo, Rospo!
— O orgulho e as vaidades... São vestes pesadas demais... Elas grudam no corpo, quer dizer, no corpo da alma...
— Entendi, mas ela não sabe disso...
— Às vezes, Sapabela, é melhor apenas conhecer a obra de um autor...
— Mas será que o motivo talvez possa ser outro? A falta de tempo, ou a timidez para comentar a obra de um amigo...
— Claro, Sapabela, outros podem ser os motivos também... Mas tenho um conselho para a sua amiga.
— Quer que eu o leve para ela?
— Sim, o conselho é o seguinte: diga a ela que em vez de ficar triste, o melhor que tem a fazer é escrever outro poema...

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 513

Marciano Vasques
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7 comentários:

  1. Quanta sabedoria! Aplausos de pé!:)

    Adoro vir aqui.

    Beijos.

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  2. Pois é meu amigo Rospo,no mundo literário existe uma grande "Fogueira da Vaidade"
    Luz
    Ana

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  3. É bem verdade o que retrata em seu poema...

    Fogueira da vaidade..

    Ausência de apreciação literária. Isso realmente causa tristeza.

    Abraços,

    Cláudia Helena

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  4. Com certeza saiu um outro belo poema. :)

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  5. Assim que comecei a publicar em meu blog, esperei que meus amigos comentassem, afinal, sempre me elogiavam, mas depois eu entendi que os comentários mais sinceros vem de pessoas que não me conheciam e passaram a gostar do que escrevo.
    Não é triste?
    Meus amigos literatos são tão importantes que se algum dia leram, não comentaram...

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  6. Pois é, o Rospo sabe o que diz... E é melhor a gente prestar atenção nessas conversas do brejo...
    Mas é exatamente assim...
    Quer uma dica? Escreva cada vez mais. O silêncio dos seus literatos é o maior incentivo que deverá receber. O silêncio é na verdade o aplauso silencioso.
    Um abraço,
    Marciano Vasques

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  7. Prezado amigo Marciano

    Seu livro UMA DÚZIA E MEIA DE BICHINHOS sempre foi meu predileto. Utilizei enquanto professora e agora como mãe. Meus filhos amam!

    Abraços,

    Cláudia

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