sexta-feira, 27 de maio de 2011

QUEM AFINAL ARRANCOU O SAPO?

Rospo encontra o seu velho amigo que levara um fora.
— Rospo, como vai?
— Uai! Ainda não foi para o espaço?
— Ora, Rospo, pare de brincar... Veja o que aconteceu comigo... Fui brincar na hora inadequada e perdi o meu amor...
— Como é fácil perder um amor!
— Amores morrem, meu amigo...
— O que aconteceu?
— Ela disse que estava me arrancando do coração dela.
— E foi fácil?
— Foi, Rospo. ela me arrancou do seu coração...
 É, vivia dizendo que eu era a alegria dela, mas então ficou chateada e furiosa... E decidiu me arrancar assim do coração dela... Não sabia que era dessa forma...
— Ora, meu amigo... Tem um segredo aí, um detalhe...
— Qual, Rospo? Qual?
— Isso é o que eu posso chamar de uma curiosidade sapabélica...
— Do que está falando, Rospo?
— Nada, nada. Mas deixe-me contar o que realmente aconteceu...
—Quero ouvir, quem sabe poderei me consolar...
— Ela não arrancou você do coração dela. Uma sapa não faz isso...
— Então?
— As raízes do amor no coração de uma sapa são profundamente fincadas, não podem ser extraídas assim sem mais nem menos,,, Não podem ser arrancadas por ela. Geralmente ela não tem forças para tal. Pois seu amor é especificamente forte de nutrientes e de sinceridade...
— Mas ela arrancou! Ele me arrancou do coração dela!
— Engano seu.
— Ora, Rospo...
— Ora mesmo. Quem arrancou você do coração dela foi você mesmo. Você que forneceu a ela a força necessária.
— Mas eu não fiz nada!
— Exatamente. Por não ter se dado conta das tolices e indelicadezas que fez, é que não percebeu que estava arrancando a si mesmo do coração dela...
— Rospo, você me arrasou!
— Você teve uma opção, mas preferiu ficar no brejo...
— Que opção?
— O espaço.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 590
Marciano Vasques
Leia CIANO

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