quinta-feira, 19 de maio de 2011

ROSPO DESCOBRIU

Descobri!
— Descobriu o quê?
— Descobri, Sapabela, qual foi o Triste Fim de Policarpo Quaresma.
— É mesmo, Rospo? Então, tenho certeza de que é algo que eu não li nem ouvi em lugar nenhum... E fico muito feliz ao saber que está lendo a obra máxima de Lima Barreto...
— É verdade, é uma joia da nossa literatura...
— Quem? O Lima?
— Os dois. O Lima Barreto e o Policarpo...
— Diga então, Rospo. Qual foi o Triste Fim de Policarpo Quaresma?
— O Grande escritor deixa para o leitor descobrir, para que o próprio leitor decida qual é o fim do fascinante personagem...
— E você, claro, descobriu...
— O mais triste fim, Sapabela...
— Diga, Rospo, diga! Eu sou feita de curiosidade. Diga, por favor!
— O triste fim de Policarpo Quaresma foi a desilusão.
— A desilusão?
— Sim, a desilusão, esse triste fim na vida de alguém...
— Claro, a desilusão... Que coisa você descobriu, Rospo!... Onde estava quando descobriu isso, Rospo?
— Em Mogi das Cruzes.
— Sim, esteve lá também, caminhando pelas calçadas, não é?
— Naturalmente. Apreciando aquele teatro...
— Então, o triste fim foi a desilusão?
— Foi.
— A morte do espírito!
— Isso, Sapabela! A morte do espírito. Só você para aprofundar mais, para aperfeiçoar, para lapidar...

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 579
Marciano Vasques
Leia em CIANO

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