sexta-feira, 3 de junho de 2011

COMEMORE-SE!

— Alô!
— Rospo. você me ligou! Que saudades!
— É que amanhã é sábado e então eu acredito que fazendo coisas boas na sexta, vou merecer um sábado azul... E também estava com saudades de você...
— É mesmo, Rospo?
— Sim, dos seus vestidinhos...
— Ora!
— Isso mesmo, Sapabela, você é um conjunto, uma harmonização...
— Sou atrapalhada, sou bagunçada, pareço criança às vezes... Já disse, minhas roupas não combinam entre si... Mas me visto de acordo com a minha alegria... Porém, sente saudades dos vestidinhos apenas?
— Não! Sapabela. Do seu sorriso, suas conversas, suas novidades, seus olhos, seu coração...
— Rospo, quer que eu fique apaixonada? Olhe! Como amanhã é sábado, vou lhe dar um conselho: Comemore-se!
— Mas é isso que estou fazendo. Ao ligar para você, estou me comemorando...
— E o que vem a ser isso, Rospo? Comemorar pelo que sei é comer e morar... O que anda pensando nessa sua cabecinha de poeta?
— Ora, Sapabela, comemorar é deixar vazar a sua alegria de viver, o seu entusiasmo pela eterna novidade do mundo... Vamos tomar um sorvete?
— Mas são ainda sete horas da matina...
— Não! O sorvete é mais tarde. O convite agora é só para marcar e garantir o sábado...
— Hoje é sexta, Rospo!
— Mas sexta sempre namorou com o sábado.
 — Não sabia desse namoro do deus do tempo com a deusa do amor...
— Ora, Sapabela, o deus do tempo tornou-se o deus da colheita e certamente decidiu colher o mel da deusa dos amantes... Lembre-se: sexta ninguém é de ninguém... 
— Mas pelo visto o amor e o tempo estão se aproximando...

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 602

Marciano Vasques
Leia em CIANO

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