segunda-feira, 13 de junho de 2011

O DEPOIS É AGORA

Sapabela encontra o seu amigo olhando para o alto.
— Que está fazendo, Rospo?
— Procurando o meu amigo que foi para o espaço...
— A namorada ficou brava mesmo...
— Sapas!...
— Ora, Rospo, deixe de brincadeiras. Fui convidado para uma festa junina...
— Aceitou?
— Disse que depois decido...
— Depois é agora, Sapabela...
— Que está dizendo, meu amigo? Depois é agora? Mas agora não é depois... Como pode ser tamanha tonteirice?
— Tonteirice? Essa palavra existe?
— Rospo, agora existe... Mas, diga-me: que papo é esse de "Depois é agora"?
— Quer que eu explique depois?
— Nâo! Depois não! Agora!
— Pois bem, lá vou eu: quem adia, adiado está... Ou seja, a vida é agora, e o depois é apenas o agora que não é, portanto não foi... Se você joga pra depois, você impede a manifestação plena do agora, que é a vida solicitada... Então, já sabe, viva só o presente. Aliás, é o que mais falta. O brejo está cheio de sapos que vivem o depois, ou então ficam aperreados pela impossibilidade de viverem o que já passou, e esquecem dele, o agora.
— Bem, vou indo. Tenho uma urgência. Preciso ligar agora para o meu amigo para dar a minha resposta. Ainda bem...
— Ainda bem o quê?
— Ainda bem que encontrei você agora... Já pensou se encontro depois?  O depois acabaria por triunfar... Tchau!
— Sapabela! Não corra tanto! Quase você atropela o burrinho tecnológico...
— Tem razão, Rospo. Mas estou realmente com pressa, pois o agora só é agora.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 610
Marciano Vasques
Leia CIANO
Leia PALAVRA FIANDEIRA
acessa.me/palavra_fiandeira

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