quinta-feira, 9 de junho de 2011

SAPOS E CACHORROS

Ao pé do vento, conversavam dois amigos:
— Sapabela, um cachorro jamais xinga o dono.
— Claro que não, Rospo! Ele ainda não aprendeu isso.
— Ele só late. Imagina, um cachorro xingar um dono. Xingamentos não fazem parte do vocabulário desse amigão.
— Ontem, ouvi um sapo chamar um cachorro de desgraçado...
— E o cachorro entendeu?
— Claro que não, hoje mesmo já abanou a cauda para o sapo...
— Tem coisa pior que xingar um cachorro...
— Chutar?
— A burguesia besta, pois a burguesia culta jamais faria isso, mas a burguesia besta inventa umas coisas idiotas e o povão vai atrás... E cortam o rabo do cão. Isso mesmo! Cortam o rabo do cachorro, será que pensam que o cachorro é lagartixa?
— Que coisa mais imbecil! O cão usa a cauda para demonstrar afeto, contentamento, alegria, entusiasmo... apreço... felicidade... e aí um sapo vai e corta o rabo do animal...
— E tem outra coisa...
— Tem mais?
— Tem. Ou pensa que é fácil vida de cão?
— Pois diga, que meu coração está latindo que não tem jeito.
— Abandonam ninhadas...
— Filhotes?
— Sim, abandonam crias inteiras...
— Rospo, posso dizer uma coisa?
— Claro, minha joia!
— Pobres sapos! Pobres sapos!


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 606
Marciano Vasques
Leia CIANO
Leia PALAVRA FIANDEIRA
acessa.me/palavra_fiandeira

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