quarta-feira, 1 de junho de 2011

DIGNIDADE E JARDINS

 — Se cada um cuidasse de sua vida em primeiro plano, um pleno jardim seria o mundo...
— Sim, pois é primeiro preciso plantar e cultivar as flores internas...
— Exato, pois se a alma, o coração, não estiverm floridos, como poderá o sujeito plantar e regar um jardim no mundo?
— Correto. Ao vermos um jardim  florido num quintal, ou numa calçada ou numa praça, saberemos muito da alma dos moradores...
— Bonito, Rospo, e curiosamente, estamos num embalo na conversa que causa a impressão de que combinamos de tal maneira que as ideias se fundem, se tornam uma coisa só...
— A convivência torna os sapos iguais, até fisicamente eles começam a se assemelharem...
— Rospo, até que você tem algum charme, mas eu prefiro continuar parecida comigo, sou mais bonita, você sabe...
— E quem há de negar isso?
— Mas vamos falar de cada um cuidar de si mesmo. O que significaria exatamente cada um cuidar de sua vida?
— Ora, Sapabela, já sabemos que até um espaguete leva a um beijo, cuidar cada qual de sua vida seria o mesmo que conferir dignidade.
— Conferir dignidade?
— Exato, quando aquele empresário disse que em nossa vida não deverá ter um só dia que não seja motivo de orgulho..., e de admiração, acrescento eu, ele naquela fala me fez pensar sobre isso de cada um conferir dignidade à sua vida. Quando um sapo faz isso, ele na verdade está também conferindo dignidade ao mundo...
— Rospo, estamos passando em frente à minha casa... Está vendo aquele pequeno jardim?
— Que bonito, Sapabela! Deve ser uma alegria acordar com amarelos, azuis, violetas, rosas... Nem sabia que você cultivava um jardim...
— Mas agora já sabe, e sabe de algo mais importante...
— O quê, Sapabela?
— Aquele jardim sou eu.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 596
Marciano Vasques
Leia em CIANO

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