A SAPA E A INTERNET

—Eu não sou Internet! Adorei isso.

—Do que está falando, Sapabela?

—Foi uma amiga minha que falou...

—Quem?

—A Colibrã.

—Sim, sempre ela.

—Ela disse ao namorado que não é internet.

—Claro, ela é uma sapa, mas...O que aconteceu? O que ela quis dizer exatamente? Outro dia a minha amiga Anésia disse...

—NÃO QUERO SABER!

—Nossa, Sapabela!

—Sou sapa também, não é só a Colibrã...

—Tudo bem, tudo bem, tudo bem. Mas, diga o que aconteceu entre a Colibrã e o seu namorado?...

—Ela simplesmente disse que não é internet...

—O leitor já leu isso, Sapabela.

—Ela disse que no caso dela não basta apenas clicar. Na internet basta clicar e ela se abre.

—Oba!

—Não entendi esse "Oba!", Rospo...

—Quem se abre, Sapabela?

—A internet. Basta clicar e uma nova janela se abre, e quantas páginas você quiser, mas com sapa é diferente. Sapa precisa de atenção, de carinho, de gentilezas, de esmero, de amizade, de sinceridades...

—Entendi, o toque começa bem antes, começa na atenção, no cuidado, na sinceridade...

—É, mais ou menos isso, Rospo...

—Também concordo com a Colibrã... Internet é uma coisa, sapa é outra. A minha amiga Anésia.

—VÁ EMBORA DAQUI!

—Estou brincando, Sapabela, vamos comer uns pastéis assados, com garapa?

—Vamos, Rospo, já estou indo.

—Fico feliz ao saber que você é uma sapa...

—Mas vive direto na internet.

—Não entendi, Sapabela.

—Eu quero o meu com palmito, e limão na garapa.

—Sapabela?

—Sim?

—E viva que viva!

 Marciano Vasques
HISTÓRIAS DO ROSPO — 638
Rospo está aos sábados em
GLOBOSFERA TEENAGER