segunda-feira, 3 de outubro de 2011

PERENE

PERENE

A caiação,
O caibro, a viga,
A calha, a romãzeira no quintal,
O estuque, a estaca, o alicerce,
O rosto em sulcos e securas
No espelho do pilar.
A navalha, o novilho
Numa estrada empoeirada,
Num enevoado entardecer.
A fumaça, o sarilho, as folhas ventando
Ventos de aventuras e aventais.
Nos tanques o anil, nas tinas, a espuma
E o anel de pedra que luzificava
Os olhos da mulher com
Alma enganada,
Mas de coração repartido
Em estilhaços,
Pela casa, as trilhas, os mormaços,
Da vila
Onde erguia
A voz esganiçada
Nas palavras esganadas
Que calavam
Cicatrizes incicatrizáveis.
Meninos cresciam
Nesse manancial de poesia.

MARCIANO VASQUES

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