segunda-feira, 14 de novembro de 2011

INEXORÁVEL

INEXORÁVEL



Quando disseste algo que entendi "Te amo",
Foi talvez o  mais puro momento
No amparo de nossas vidas.
Quantos sonhos são precisos
Para que um homem e uma mulher
Compreendam que temporais
E calmarias
Dizem que o amor não tem jeito.
Bolinhos de chuva, as canções do Chico.
A compra mensal.
Os erros, o boldo da insensatez
Na amargura das bocas
Que sem beijos mordidos
Gritam na aspereza
De silêncios inválidos.
Como é possível que o tempo
Escape entre os dedos?
O amor, as rugas do pão, as suas saias,
Os nossos anseios,
As viagens esquecidas
Os medos, as iras, os aconchegos,
A brutalidade.
Na soma do amor que resiste
Em sua natureza, doce querer,
Sua guerrilha.
O pano de copa
A copa da árvore de cenário
Acalentando sonhos.
Num devaneio sincero,
No aconchego da casa alugada.
Nossos embaraços no amor.
Nervura, sua boca, a primeira tentativa,
Seus cabelos, seus lábios tão perto.
De quantos mistérios se cobre uma noite?
Com quantos desejos se refaz a manhã?
Não adianta: entre um homem e uma mulher
Vidas se embaralham
Mesmo que o tempo em sua implacável
Indelicadeza
Deixe na boca
A secura
Dos  incicatrizáveis
Verbos:  prenúncios de adeuses.

MARCIANO VASQUES


Um comentário:

  1. Bolinhos de chuva, canções do Chico,na soma do amor que resiste..Tão lindo!
    Luz!
    Ana

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