sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

APAIXONANTES AMIZADES

—Rospo!
—Sapabela! Que bom encontrá-la! Ele está chegando.
—Ele quem?
—O Ano Novo.
—Abro-me para ele...
—Não, Sapabela!
—Calma, meu amigo. Abro os meus braços para receber a sua energia que galopa no vento que diz: é tempo de renascer, recomeçar. Assim almeja o eterno mito do recomeçar. E abro o meu coração, a minha alma.
—Ufa!
—Bobão.
—Sapabela, nosso caso de amizade é um caso típico de apaixonamento.
—Apaixonamento? Existe essa palavra, Rospo?
—Geralmente não pesquiso antes para saber se existe. Surgiu, eu falo.
—Você é um tesouro em minha vida, Rospo. Nossa amizade será mais forte em 2012.
—Apaixonamento. São amores em segredos, bem guardados, que atravessam o tempo fingindo que são amizades, embora já disse a voz do vento: amizade é a mais bonita forma de amor.
—Rospo, assim falando me faz pensar que nos amamos.
—Será que não?
—Rospo, vivi intensamente cada conversa com você, cada sorvete, cada encontro na praça, e sempre retornei mais rica para casa, uma riqueza que só eu tenho.
—Eu também, e essa confissão é importante, pois tem coisas que não podemos deixar para o ano seguinte. Nossa amizade é um bem tão precioso..., e uma coisa curiosa: nem uma vez sequer você me magoou, não há uma só mágoa em nossa amizade.
—Sabe por que, Rospo?
—Não. Diga, linda.
—Mágoas não são necessárias. Nunca foram. Tem sapo que vive dizendo que o sofrimento é necessário para que possamos aprender, pois só se aprende com o sofrimento. Bobagem, Rospo! Aprendi muito na alegria, e tem uma coisa que me causa uma delícia, amigo.
—Diga, querida, diga.
—Não dê corda, Rospo, não dê corda... Senão, acabo falando sem parar.
—A sua voz aperfeiçoa o meu Ser.



HISTÓRIAS DO ROSPO 2011    —752
Marciano Vasques

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