quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

VAMOS AO CINEMA?

Rospo na praça é conversa de graça.
—Sapa, licença?
—Pois não.
—Pode me contar uma das fantasias das sapas?
—Por que eu faria isso?
—Meu nome é Rospo.
—A culpa não é minha. Não fui eu quem pôs esse nome em você.
—Estou fazendo uma pesquisa e preciso saber algumas fantasias.
—Então, está bem. Muitas sapas têm a fantasia de um sapo fardado. A fantasia de ter um policial, um militar, um bombeiro. Essa é uma fantasia. Quer outra?
—Já que você está disposta, quero sim.
—Tem a fantasia da moto, ..., no fundo, sapo, são fantasias da ilusão do poder.
 —Entendi, e agradeço.
—Já vai?
—Já, tenho um encontro com uma amiga. Vamos ao cinema.
—Qual a fantasia dela?
—Não sei. Ela está chegando. Tchau!
—Rospo!
—Sapabela!  Quase se atrasou um pouquinho.
—Estou lendo um livro de poesia que irá gostar muito,  Depois empresto, se quiser. Vamos que o cinema está nos esperando.
—Dá tempo para um sorvete?
—Sim, claro que sim.
—Sapabela, tem alguma fantasia com relação aos sapos?
—Naturalmente que sim.
—Diga.
—Que ele seja simples e puro de coração.  Sabe, Rospo, sapos simples e puros de coração existem sim. Portanto, a minha fantasia não é ilusão.
—Então, que encontre um sapo assim, Sapabela, vou ficar torcendo por isso.
—Já tenho um em mira.
—Sapabela, já deu a hora do filme! Vamos?
—Vamos! , obrigado.
—Por qual motivo me agradece?
—Nada, deu vontade. Você sabe, na simplicidade e na pureza, o coração se deixa levar.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 729
Marciano Vasques

Um comentário:

  1. Que ele seja simples e puro de coração" Verdades da vida!
    Luz!
    Ana

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