sábado, 17 de março de 2012

O ELEFANTE VERDE

O ELEFANTE VERDE

Um elefante incomoda muita gente...”


O elefante verde tão bonito é de plástico e menor do que uma xícara. Na verdade dentro de uma xícara cabem dois. Quando eu o vi confesso que fiquei sem espaço no pensamento para pensar em outra coisa. Só pensei nele.
Lá estava ele todo majestoso, como deve ser um elefante. A tromba erguida como se quisesse anunciar a sua presença com uma saudação sonora capaz de vergar os verdes da mata como se fosse um vendaval.
Lá estava ele no peitoril do vitrô da cozinha entre dois vasos de violetas. Absoluto e único. Não era o mais importante do planeta porque todos são importantes, mas era o meu. Era o elefante do meu olhar.
Os homens cortam e serram os dentes do elefante. Por causa do branco do marfim arrancam as presas com o animal vivo e depois se forem generosos dão dois tiros de misericórdia e o elefante tomba numa poça ensangüentada. Mas tudo pode ser justificado pelo luxo e pelo valor do marfim.
O tempo passou e veio o plástico que substituiu o marfim, para a sorte dos elefantes. Muitos foram para os circos e permaneceram acorrentados por um pé com a corrente fincada numa estaca, mas só durante os intervalos dos espetáculos.
O elefante é um bicho generoso como todos os animais, mas não tem consciência disso, pois vive e age de acordo com a sua natureza.
Como é bom olhar o elefante verde!
Se eu pudesse o protegeria. Talvez eu possa. Se eu o levasse para dentro de um livro creio que ele estaria protegido...
Penso que é o lugar mais seguro para um elefante. Não apenas para ele, mas para todos os bichos.
Isso mesmo! Um livro. E como um elefante é dono de uma esperteza pesada, ele deverá preferir um que seja lido pelas crianças.
É para lá que estou levando o meu querido!
Num livro as suas orelhas poderão ser aladas e você poderá até voar se quiser.

MARCIANO VASQUES

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar neste blog