terça-feira, 1 de maio de 2012

DOIS COPOS

—Noite de feriado, e Rospo encontra a sua grande amiga.

—Como vai, Sapabela?

—Num outono já assanhado para ser inverno. E você, meu querido amigo?

—Colei dois copos.

—Uau! Uau! Uau!  Ele colou dois copos! Viva e triviva! Ele é demais. Que maravilha! Triviva! Uauauau!

—Ê!...

—Uauauau!

—Só pode estar me gozando...

—Fiquei empolgada, emocionada... Mas... Que papo é esse, Rospo?

—Pois sim. Colei dois copos.

—Já disse, meu bem.

—É mnemônica.

—Já sei, um recurso de palavras associadas, mas,  ... o que você quer lembrar?

—Sempre, durante anos, não consigo entender a persistência do esquecimento. Sempre ocorre um branco com uma palavra...

—Já sei. Que tem tudo a ver com cores. E o branco...

—Incrível! Sinto a ausência das cores na lembrança dessa palavra. Talvez seja uma dislexia.

—É nada, Rospo! É que você implicou com ela. Por algum motivo que desconhecemos, essa estrutura maravilhosa que é nosso cérebro faz isso. Mas agora não mais esquecerá da palavra... Ainda mais algo tão fascinante.

—Claro que não. Agora "Colei dois copos".

—Rospo! Hoje está fria a noite.

—É mesmo! Sorvete não dá. Que tal o vinho?

—Isso! Um licor! Mas não leve os copos que colou.

—"Eu disse licor?"





HISTÓRIAS DO ROSPO 2012    — 781
Marciano Vasques

Um comentário:

  1. Nesse friozinho um licor vai bem. não para as crianças, o Rospo, e a sapinha bela. e sim para os Pais das crianças. bju amigo.

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