DOIS COPOS
—Noite de feriado, e Rospo encontra a sua grande amiga.
—Como vai, Sapabela?
—Num outono já assanhado para ser inverno. E você, meu querido amigo?
—Colei dois copos.
—Uau! Uau! Uau! Ele colou dois copos! Viva e triviva! Ele é demais. Que maravilha! Triviva! Uauauau!
—Ê!...
—Uauauau!
—Só pode estar me gozando...
—Fiquei empolgada, emocionada... Mas... Que papo é esse, Rospo?
—Pois sim. Colei dois copos.
—Já disse, meu bem.
—É mnemônica.
—Já sei, um recurso de palavras associadas, mas, ... o que você quer lembrar?
—Sempre, durante anos, não consigo entender a persistência do esquecimento. Sempre ocorre um branco com uma palavra...
—Já sei. Que tem tudo a ver com cores. E o branco...
—Incrível! Sinto a ausência das cores na lembrança dessa palavra. Talvez seja uma dislexia.
—É nada, Rospo! É que você implicou com ela. Por algum motivo que desconhecemos, essa estrutura maravilhosa que é nosso cérebro faz isso. Mas agora não mais esquecerá da palavra... Ainda mais algo tão fascinante.
—Claro que não. Agora "Colei dois copos".
—Rospo! Hoje está fria a noite.
—É mesmo! Sorvete não dá. Que tal o vinho?
—Isso! Um licor! Mas não leve os copos que colou.
—"Eu disse licor?"
HISTÓRIAS DO ROSPO 2012 — 781
Marciano Vasques
Nesse friozinho um licor vai bem. não para as crianças, o Rospo, e a sapinha bela. e sim para os Pais das crianças. bju amigo.
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