VAMPIRO CULTURAL
—Gosta de
histórias de terror, com vampiros?
—Ora, Sapabela.
Saiba, pois, que tem uma espécie de vampiro que realmente existe, e
aqui em nossa cidade é o que mais tem.
—Falando sério?
—Sim, é o
Vampiro Cultural.
—Nunca ouvi
falar.
—Mas cuidado com
ele.
—Que vampiro
cultural é esse, Rospo?
—Tem aos montes.
—É? O que é um
vampiro cultural, meu querido?
—Alguém que se
alimenta da influência, do cargo, da posição de outro sapo para
escalar, subir de posto, vencer na vida, ficar em evidência, ser
promovido,
—Realmente,
Rospo, até ouço as asas desses morcegos. Esse vampiro cultural é
bom de sugar, não é?
—Sim, ele está
em todas as partes, nas empresas, no mundo da cultura, no Facebook,
em todos os cantos. Onde tiver uma brecha, lá vem ele, o vampiro
cultural.
—Rospo, aprendi
uma coisa desde que era uma sapinha...
—Você deve ter
sido tão bonitinha...
—Aprendi, Rospo,
que só fica para a história quem realmente tem valor, ou seja, quem
trabalha e produz... O resto é só trânsito, é tudo passageiro...
—Mas o vampiro
cultural às vezes se dá bem...
—Mas é um bem
temporário, amigo, pode acreditar.
—Sapabela, hoje
está muito frio. O que isso lembra?
—Vampiro?
—Pare com isso!
—Estou brincando.
Lembra chocolate...
—Yupiiii!
—Rospo, eu já
falei. Pare com essa algazarra!
—A Algazarra nem
começou, Sapabela!
—Então vamos
começar. Moço!, dois chocolates expressos. Por favor.
—Yup...
—Rospo!
— ~~~~~~~~~~
—Não fique tão
jururu, meu amigo. Vamos os dois?
—Vamos: um, dois,
três... Já!
—Yupiiii!
Yupiiii!
HISTÓRIAS DO ROSPO 2012 — 797
Marciano Vasques
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