segunda-feira, 16 de julho de 2012

VAMPIRO CULTURAL



VAMPIRO CULTURAL



—Gosta de histórias de terror, com vampiros?
—Ora, Sapabela. Saiba, pois, que tem uma espécie de vampiro que realmente existe, e aqui em nossa cidade é o que mais tem.
—Falando sério?
—Sim, é o Vampiro Cultural.
—Nunca ouvi falar.
—Mas cuidado com ele.
—Que vampiro cultural é esse, Rospo?
—Tem aos montes.
—É? O que é um vampiro cultural, meu querido?
—Alguém que se alimenta da influência, do cargo, da posição de outro sapo para escalar, subir de posto, vencer na vida, ficar em evidência, ser promovido,
—Realmente, Rospo, até ouço as asas desses morcegos. Esse vampiro cultural é bom de sugar, não é?
—Sim, ele está em todas as partes, nas empresas, no mundo da cultura, no Facebook, em todos os cantos. Onde tiver uma brecha, lá vem ele, o vampiro cultural.
—Rospo, aprendi uma coisa desde que era uma sapinha...
—Você deve ter sido tão bonitinha...
—Aprendi, Rospo, que só fica para a história quem realmente tem valor, ou seja, quem trabalha e produz... O resto é só trânsito, é tudo passageiro...
—Mas o vampiro cultural às vezes se dá bem...
—Mas é um bem temporário, amigo, pode acreditar.
—Sapabela, hoje está muito frio. O que isso lembra?
—Vampiro?
—Pare com isso!
—Estou brincando. Lembra chocolate...
—Yupiiii!
—Rospo, eu já falei. Pare com essa algazarra!
—A Algazarra nem começou, Sapabela!
—Então vamos começar. Moço!, dois chocolates expressos. Por favor.
—Yup...
—Rospo!
— ~~~~~~~~~~
—Não fique tão jururu, meu amigo. Vamos os dois?
—Vamos: um, dois, três... Já!
—Yupiiii! Yupiiii!


HISTÓRIAS DO ROSPO 2012 — 797
Marciano Vasques

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