sábado, 10 de julho de 2010

OS TESOUROS DA SAPABELA

Lá ia a Sapabela passeando pelo sábado quando se pôs a pensar.
- "Sou uma Sapa muito feliz. Tenho a Poesia, as flores, as estrelas no céu à noite, e o azul no dia, e  o céu às vezes é cinzento, é oliva, é lilás...Mas é sempre imenso.
Tenho também a leitura, que preenche meus olhos de lágrimas, risos e  coloridos quando leio um livro. Tenho tantas coisas, que nem dá para lembrar de tudo.
Amo as crianças, todos os sapinhos, e sofro por não ter condições de ajudar a todos, mesmo que seja contando uma história na aflição de cada um, para acalmar a dor do desamparo.
Tenho um amigo muito especial, que às vezes se fantasia de Carlitos e sai por aí, a perambular e a filosofar, e sempre o encontro em meu caminho, e aí nos lembramos da amizade, que floresce feito flor num jardim que cultivamos mesmo na distância, mesmo em pensamento.
Não tenho do que reclamar, não posso ficar me queixando, me lamentando. Sofro pelo mundo, pelas suas injustiças e guerras, sofro ao pensar que crianças estremecem de dor, de medo, de angústia e de solidão, e muitas ainda dormem sob as estrelas, sem cobertores. Mas, também vejo que a consciência do mundo está se aperfeiçoando, e jamais, em época alguma foi travada batalha tão imensa e gigantesca entre a consciência e o obscurantismo. E fico mais feliz ainda ao ver que o "espírito" busca sempre novas formas para se manifestar, por isso amo os blogs do mundo, com sua gente, com cada blogueiro em irradiantes palavras e imagens que embelezam a vida e refazem a cada manhã um novo mundo onde a felicidade ainda quer morar."
E assim, pensando essas coisas, a Sapabela, distraída, quase tropeça no velho amigo.
- Rospo! Que alegria! Vamos tomar um sorvete?
- Sapa, você realmente organiza o meu sábado.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 126

Marciano Vasques
ARTE: Daniela Vasques

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