quinta-feira, 8 de julho de 2010

SAPO DE PAPO PRO AR




- Rospo, aí está você novamente de papo pro ar. Só falta o sorvete. É o adorável sapo que perambula. E sei que você dirá que está contemplando...
- Como você está falante hoje, Sapabela!
- Já pensou em cumprir horário?
- O que é horário?
- Rospo, não brinque. Por acaso já entoou uma cantiga hoje?
- Já. "O Sapo não lava o pé..."
- Por acaso já escreveu uma poesia hoje, pelo menos?
- Ela está sendo escrita.
- Não estou vendo lápis nem papel, e muito menos computador...
- Isso tudo virá depois.
- O que é a poesia para você?
- É água que mata a sede do coração, do "espírito".
- E o poeta é um lago, um riacho?
- É um oceano numa gota.
- Você errou, Rospo, é uma gota no oceano.
- Sapabela, um está no outro. O que seria do oceano sem a gota? Assim é o poeta: mescla de gota com oceano.
- E a poesia é necessária, meu amigo?
- Tão necessária como a própria sede.
- Rospo, meu jovem, realmente eu me enganei. Você não está de papo pro ar.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 119
Marciano Vasques


Um comentário:

  1. Adorei,faz tempo que não leio esse tipo leitura!!!
    Que bom!agora tenho um lugarzinho para visitar e viajar!!!
    abraços,
    Rosana.

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