sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O SAPO E O DESFILE

A convite da escola da sobrinha Joelminha, no dia da Bandeira, Rospo e Sapabela assistem a um desfile militar.
- Rospo, você é um artista.
- Não é hora de falar, Sapabela. Depois diz que sou eu que não sei me comportar.
- Falei baixinho, Rospo.
- Está bem, mas, procure assistir ao desfile. Senão a Joelminha ficará triste.
- Você faz arte...
- Eu sei. Convivo comigo.
- É uma cabeça pensante.
- Sei, sei.
- Engano meu?
- Não! Você está certa, mas, por favor, não é momento de falar.
- Nesse sentido tem razão. Um desfile qualquer que seja é como uma peça de teatro ou uma apresentação musical. Exige e merece silêncio. Mas...
- Mas o que, Sapabela?
- Faz arte para a paz.
- Isso é verdade.
- Não consigo me enganar hoje.
- Sapabela, eu não posso rir agora, portanto, fique quieta.
- Vive para a paz, produz para a paz.
- Sapabela, está me emocionando...
- Oba! Estou chegando lá!
- Não existe uma sapa igual a você no brejo.
- Faz arte para construir um mundo de paz...
- Sapabela, por que os militares foram necessários no mundo?
- Por que o mundo nunca teve artistas o suficiente.
- Sapabela, vamos assistir ao desfile?
- Vamos, estou caladinha.
- Consegue?
- Viemos aqui para isso...
- Assim é a vida, Sapabela. Cada momento é para si.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 347

Marciano Vasques
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