segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

AS COISAS NÃO SÃO MESMO ASSIM...

— Os partidos políticos aqui no brejo estão brigando por cargos. Todos querem ministérios e posições importantes. Cada qual quer ter seus sapos em posições chaves, de decisão, e, principalmente, de controle de verbas...
— As coisas são assim mesmo, Rospo...
— Não! Não diga isso, Sapabela!
— Rospo, pare de fazer escarcéu! Precisa aprender a se comportar. Estamos em 2011. Percebeu?
— Desculpe, Sapabela. Mas, você não pode dizer uma coisa assim...
— O que eu disse de errado, Rospo?
— Ora, que "As coisas são assim mesmo..."
— Não posso?
— Jamais podemos dizer isso, Sapabela. As coisas não são assim. Quer dizer, elas jamais deveriam ser assim. Quando nós, os sapos, assumimos esse conformismo, essa aceitação, essa naturalidade, essa passividade...
— Tudo isso, Rospo?
— Exatamente. Se nós continuarmos a pensar e a se expressar dessa forma, as coisas não mudarão. Isso que está acontecendo, esse canibalismo dos partidos, todos eles, é insensato, isso é grave, jamais deveria acontecer. Deveriam deixar que o Sapo presidente escolhesse por si só, baseado em seus critérios...
— Tudo bem, Rospo, mas você se esqueceu de algo...
— É?
— Não podemos mais falar "Sapo presidente"...
— Verdade, Sapabela, mas também não podemos mais repetir esses "chavões" tipo: "As coisas são assim mesmo"...
— Rospo, fico impressionado com a sua argumentação... Você é ótimo. Quando começou a desenvolver esse seu pensamento tão articulado?
—  Bem, eu sou assim mesmo...
Os dois caem na gargalhada.
— Rospo, foi a primeira gargalhada do ano. Então, só falta uma coisa.
— Já sei, o meu eu quero de morango.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 -389
Marciano Vasques
Leia também em CIANO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar neste blog