— Posso ficar aqui?
— Claro, Sapabela, amigos foram feitos para esses momentos...
— Mas você parece tão pensativo, tão contemplativo... Será que não atrapalho?
— Não. Você jamais atrapalha... Já viu a Lua hoje?
— Confesso que esqueci... Como foi possível que eu caminhasse pela calçada sem erguer os meus olhos uma vez apenas para o alto...
— E ela estava lá, ainda está, deixando o seu rastro prateado, para clarear os corações como o meu, o seu...
— Rospo, mas os rastros prateados são ilusórios. A Lua não tem luz própria. Ela é um satélite... A luz que ela derrama sobre o nosso brejo é na verdade o reflexo da luz do Sol...
— Sapabela! Não faça isso!
— O que eu falei de errado?
— Tudo, minha querida, tudo...
— Rospo, estou confusa...
— Sapabela, quando eu estava falando que a Lua derrama seus raios prateados e transbordam os nossos corações de saudade, de poesia e de amor...
— Você disse isso tudo?
— Às vezes uma frase basta, Sapabela. Ela pode abrigar um mundo...
— Sei. Mas, o que afinal eu disse de errado?
— Sapabela, eu falei de algo que não morrerá jamais, que não desvanecerá de nossos corações nos próximos séculos e séculos e você, ora, você veio falar de Geografia...
— Entendi, Rospo, às vezes é melhor a gente esquecer um pouco do conhecimento...
— Não, meu bem, às vezes é preciso lembrar de um outro conhecimento...
HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 432
Marciano Vasques
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Lembrar do conhecimento da alma...Perfeito!
ResponderExcluirLuz
Ana
Adorei o Elvis, os Beatles e todos os outros
ResponderExcluirAdoro essa música!
Luz neste dia!
ana