sábado, 5 de março de 2011

SAPABELA PROCURANDO O CARNAVAL

Na busca do tempo que voa, Rospo, imaginação em punho, e poesia salpicada na alma, circula pela praça ao amanhecer, pois a praça é tudo, e só não sabem os que dormem até tarde. Então, acontece uma coisa extraordinária, um estrondo, um magnífíco encontro:
— Sapabela! O que faz por aqui? Por que carrega esse rolo de serpentina e esse pacote de confete?
— Onde está ele. Rospo?
— Ele quem?
— O carnaval do brejo.
— O carnaval? Sinto muito, ele já se foi...
— Mas é carnaval!
— Era!
— Do que está falando, Rospo?
— A alegria autêntica, nascida no coração do povo, essa já não mais existe. O que tem hoje é o espetáculo, que rende muito dinheiro...
— Entendo. O povo só assiste, da arquibancada.
— E paga para isso.
— Que pena. Acabaram com o carnaval do brejo...
— É. "Foi pro brejo".



HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 461
Marciano Vasques

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