domingo, 24 de abril de 2011

AQUILO QUE O TEMPO NÃO LEVA

— Curioso, Rospo!
— O que é curioso, Sapabela?
— O sapo ergueu templos, bibliotecas, suntuosos teatros através dos tempos...
— Isso me emociona.
— Mas tudo sucumbiu.
— Como é?
— Calma, Rospo! Deixe-me explicar pausadamente...
— Levei um susto...
— Eu quis dizer que templos são demolidos e outros são construídos, suntuosas edificações são erguidas e depois, nos séculos e séculos sofrem o efeito da erosão e muitas vão ao chão, em ruínas...
— Naturalmente.
— Mas tem algo que o sapo edificou e que jamais foi destruído, e atravessa o tempo na íntegra, embora de aparência frágil, pois até se diz que o vento leva...
— Que coisa é essa, Sapabela, que não vem abaixo? Que não se extingue com a erosão do tempo?
— Simples.
— Sem suspense, diga, minha amiga... Pois se até templos e edifícios gigantes são destruídos...
— É a palavra, Rospo. A palavra escrita, a palavra no papel, pode o tempo passar que ela continua firme e intacta, rompe séculos e séculos... É a única coisa que o tempo não leva.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 548
Marciano Vasques
Leia CIANO

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